O prefeito de Lajedinho, Antonio
Mário Lima Silva (PSD) é uma das pessoas que perdeu a
casa após a forte chuva que atingiu o município na noite
deste sábado (7). Até a tarde de hoje, foram encontradas
oito pessoas mortas, entre elas uma criança de três anos
e sete mulheres. De acordo com a delegacia da cidade,
que fica a cerca de 355 quilômetros de Salvador, a chuva
aconteceu entre 22h30 e 00h de ontem e deixou a cidade
inundada. "Ele ficou preso dentro de casa com a esposa e
o sobrinho e tentou até escapar pelo telhado da área de
serviço. Ele só conseguiu ser resgatado pela população
depois que a chuva passou e o nível de água abaixou",
relata a secretária de saúde do município, Graziane
Sena. A secretária estima que mais de trinta casas
tenham ficado destruídas com as inundações: "A estrutura
física da prefeitura não existe mais. Prefeitura e
farmácia básica ficaram completamente destruídas, não
temos nenhum medicamento", relata.Ainda de acordo com a
secretária, assim como alguns moradores, o prefeito
perdeu grande parte dos seus pertences com a inundação
de sua casa. "Ele não tem mais nenhum documento. Ele
está desolado agora e tenta ajudar o resgate de outras
pessoas", desabafa a secretária. Além do Corpo de
Bombeiros, as Polícias Rodoviária Federal, Civil e
Militar atuam na remoção dos escombros. Entre as vítimas
já encontradas estão Valéria Cruz Lima, Luiza Santos
Lima, Cris Fernanda de Jesus Santos, Sirlene Santos da
Silva, Valdete Maria de Jeusus, Ilza Calvacante da Silva
e Tharso Lima dos Santos, de 3 anos. As outras vítimas
não tiveram idade divulgada. De acordo com a secretária
de saúde de Lajedinho, cerca de mais 15 pessoas seguem
desaparecidas, segundo levantamento feito entre os
próprios moradores. Entre os desaparecidos estão Rafaela
Fereira Silva, Reginaldo Pereeira dos Santos, Eliene
Ferreira Lima, Carolina Lima de Oliveira, Maria José
Pereira de Almeida, Mario Perreora Lima e Ilberto Araujo
Machedo.
Destruição
Segundo a professora Maiara Amorim,
que trabalha na cidade há dois anos, a parte mais baixa
da cidade é a mais afetada pelas inundações. "Algumas
casas a gente só ve o alicerce. O resto a agua levou
tudo", relata. Maiara conhecia Valéria Cruz Lima, uma
das vítimas da tragédia: "Ela era conselhiera tutelar da
cidade. O marido dela, comerciante da cidade conhecido
como Reginaldo, e um filho de quatro anos morreram com a
inundação. Só restou uma filha de 11 anos", lamenta a
professora.
Ajuda
A secretária Graziane ainda afirma
que as ambulâncias ficaram inundadas e não funcionam
mais. Todo apoio material que está sendo prestado à
população da cidade vem de cidades vizinhas, como Rui
Barbosa, Marcolínio Souza, Utinga e Wagner. "Tivemos que
improvisar uma unidade de saúde para atender a
população", informa Graziane. De acordo com a delegacia
da cidade, as pessoas desabrigadas estão sendo
encaminhadas para a escola Ana Lúcia. Segundo a
professora Maiara Amorim, a escola Nossa Senhora do
Carmo, onde ela dá aula, deve servir de abrigo em breve:
"O prédio ficou cheio de lama, mas já estamos tentando
limpar tudo para receber mais pessoas". De acordo com a
Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), o
órgão está contribuindo com doações de colchões e
cobertores. Técnicos da Defesa Civil também estão no
local para orientar moradores a saírem das regiões de
risco, como casas próximas a encontas.
(Informações do site Correio da Bahia)