Caetité: Maior parque eólico da America Latina já foi inaugurado, mas ainda não produz um megawatt de energia
Os 184 aerogeradores dos 14 parques eólicos
construídos na região de Caetité, no sudoeste baiano,
estão parados há dois meses por falta de conexão.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada
neste domingo (30), mostra que a ausência de um sistema
de transmissão impede o escoamento da energia gerada. O
sistema, maior complexo eólico da América Latina, foi
inaugurado no último dia 9 de julho e contou com cerca
de 400 personalidades do meio político, técnicos do
setor elétrico e moradores da região. Segundo o diário
paulista, o problema deve continuar pelo menos até julho
do ano que vem. No lugar onde deveria existir uma
subestação para conectar a usina ao sistema nacional há
apenas mato e cupinzeiros. Com isso, quase 300 megawatts
(MW) - suficientes para abastecer uma cidade do tamanho
de Brasília – são desperdiçados por falta de
planejamento. Construído pela Renova Energia, empresa
com participação da Light e da Cemig, o complexo "Alto
Sertão 1" custou R$ 1,2 bilhão e demorou 17 meses para
ser concluído. Embora a Renova tenha cumprido o prazo
para entrega do complexo eólico, a estatal Chesf, do
Grupo Eletrobrás, não honrou o compromisso para a
construção do sistema de transmissão. Procurada, a
empresa não respondeu ao pedido de entrevista. Mas, nos
bastidores, executivos afirmam que ela costuma jogar a
culpa do atraso na demora do governo para realizar o
leilão de transmissão. Por conta disso, quem pagará a
conta é o consumidor brasileiro. Pelas regras do edital
de licitação, as geradoras que concluíram os parques
eólicos até 1.º de julho deste ano têm direito a receber
uma receita fixa prevista no contrato. No total, são 32
usinas prontas e paradas em todo o Brasil, que somam R$
370 milhões de receitas a receber. Ou seja, o consumidor
terá de pagar por uma energia que não está sendo
produzida porque a Chesf nem começou a fazer a sua
obrigação.
(Bahia Notícias)
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